Sob coordenação de Tiago Domingos e Tatiana Valada, investigadores do IST, a equipa da Terraprima tem vindo a recolher, desde 2011, amostras de terra em pontos da grelha do Inventário Florestal Nacional. A metodologia seguida foi definida com a colaboração de Nuno Ribeiro e Alfredo Gonçalves Ferreira, da Universidade de Évora.
A área abrangida por este estudo compreende o centro e sul de Portugal e povoamentos dominados por sobreiro, azinheira, pinheiro-manso e carvalho-negral.
O objectivo da recolha de amostras é a medição do teor de matéria orgânica no solo (MOS), visando estimar o sequestro de carbono adicional que resulta da opção do controlo de mato com corta-matos por contraponto a um método destrutivo, como a gradagem.
As amostras de solo foram recolhidas em 173 parcelas de 500 m2, distribuídas em 24 explorações e abarcando áreas intervencionadas com corta-matos e com gradagem. Para cada amostra foram ainda registadas variáveis para caracterizar a variabilidade de clima, de litologia e de sob-coberto vegetal.
Até ao momento, os resultados apontam claramente, como seria de esperar, para um acréscimo significativo de matéria orgânica no solo associado ao uso de corta-matos. Em termos de sequestro de carbono no solo, este aumento traduz-se num factor de sequestro de 3,6 tonCO2.ha-1.yr-1 (Valada et al., 2012).