O projecto SILVANUS tem como objectivo desenvolver uma plataforma integrada de gestão florestal sustentável, baseada em acções inovadoras para prevenir e combater a ignição e propagação de incêndios florestais, assim como promover a recuperação e a adaptação dos ecossistemas. A plataforma terá a sua eficiência demonstrada em 8 sítios da UE e 3 sítios não comunitários.
O Projecto SILVANUS é financiado pelo programa Europeu Horizonte 2020 Green Deal e prevê a criação de uma plataforma baseada na Inteligência Artificial (IA), que responda às exigências de utilização eficiente dos recursos florestais e proporcione metodologias de monitorização e protecção das florestas naturais contra as ameaças de incêndios florestais encontradas a nível mundial. A plataforma SILVANUS irá atuar a 3 níveis: a) prevenção e preparação; b) deteção e resposta; c) restauro e adaptação.
A inovação técnica e científica do SILVANUS reside no desenvolvimento e integração de tecnologias semânticas avançadas para se chegar a uma Plataforma Tecnológica e de Informação Integrada para a Gestão de Incêndios, que permita gerir conteúdos de forma sistemática e que viabilize uma utilização mais ágil, dinâmica e simples por parte das partes interessadas, que assim poderão tirar maior proveito dos conhecimentos, com menor gasto de tempo.
Para tal, a plataforma integrará um quadro de processamento de dados de grande dimensão capaz de analisar fontes de dados heterogéneas, incluindo recursos naturais, modelos climáticos e dados meteorológicos, imagens computacionais multiespectrais. Será ainda complementada com a integração de modelos de resiliência, e os resultados de estudos ambientais e ecológicos, realizados com tecnologias de ponta, para a avaliação de indicadores de risco de incêndio, bem como para a detecção precoce e coordenação da resposta aos incêndios florestais.
A eficiência da plataforma será demonstrada através de 11 demonstrações-piloto, em toda a Europa (França, Itália, Roménia, Grécia, Portugal, Chéquia, Croácia, Eslováquia) e internacionalmente (Austrália, Brasil e Indonésia), e será baseada em inovações técnicas, que poderão ser adoptadas noutros segmentos de mercado.
Com início em 2021, o Projecto SILVANUS conta com 49 parceiros de 18 países da UE e 3 países não comunitários. O Projecto prevê também um elevado envolvimento dos cidadãos através do desenvolvimento de um programa científico, a fim de aumentar a consciencialização para os incêndios florestais e criar novas estratégias para a sua prevenção.
O piloto português será liderado pela EDP New, e conta com a colaboração dos parceiros da AdP VALOR, do Instituto Superior Técnico e da Terraprima, assim como da Águas do Valo do Tejo na qualidade de entidade terceira. O objetivo principal deste piloto é demonstrar a implementação de ações de prevenção e restauro de fogos florestais, que beneficiem simultaneamente a conservação da natureza. Para tal, combinará práticas agrícolas convencionais (como o pastoreio) com tecnologias digitais para desenvolver e implementar abordagens de gestão florestal, próximas da natureza.
O papel da Terraprima no SILVANUS é implementar um plano de acção demonstrativo na Quinta da França, de modo a tornar-se um local de ensaio experimental operacional do piloto portugês, utilizando intervenções com pastoreio para controlo da biomassa e a prevenção de incêndios, bem como contribuir para actividades de disseminação e servir de exemplo para replicação noutros locais da região.
Designação
Número do Projecto
Região de intervenção (Pilotos)
Entidade coordenadora
Cluster Português
Data de aprovação
Data de início
Data de conclusão
Orçamento total
Apoio financeiro da União Europeia
A plataforma SILVANUS será útil no combate aos incêndios florestais em três fases diferentes:
Fase A: Actividades de prevenção e preparação. Estas actividades visam avaliar continuamente os índices de perigo de incêndio, treinar e preparar bombeiros para eventos com o uso de ferramentas de realidade aumentada e realidade virtual, aumentar a consciencialização dos cidadãos para os incêndios florestais e criar novas estratégias para a prevenção de incêndios;
Fase B: Actividades de Detecção e Resposta. Esta fase irá desenvolver um mecanismo baseado na IA para detectar rapidamente incêndios florestais considerando vários factores (por exemplo, clima, vento, etc.), a fim de optimizar a contenção de incêndios florestais pelos primeiros a responder;
Fase C: Restauração e Adaptação. A última fase será construída com base em inovações recentes em modelos de simulação, com o objectivo de desenvolver um Sistema de Apoio à Decisão (DSS) que encontrará a abordagem óptima para restaurar uma área afectada por um incêndio à sua condição de pré-incêndio, considerando tanto a flora como a fauna.